O crime do padre Giselo!
Este não é o título de uma obra literária de Eça de Queirós, mas poderia muito bem sê-lo, pois o crime do padre Giselo confunde-se bastante com «O crime do padre Amaro», com a diferença de que não se sabe (ainda) se o padre Giselo fez sexo por prazer ou somente para procriar.
Qual foi o crime que o padre Giselo cometeu?!
Então não se está mesmo a ver?!... Fez sexo com uma mulher, engravidou-a e agora é pai de uma criança. Mas, até aqui, nada de novo, pois o que mais não faltam neste mundo são padres que engravidam mulheres (se quiserem saber de números, perguntem ao bispo do Funchal que ele logo vos diz). De novo, só mesmo o facto de o padre Giselo ter assumido a paternidade da criança e continuar a exercer a sua profissão com toda a normalidade, até mesmo depois de toda a sua história ter sido noticiada nos principais meios de comunicação social e de o bispo do Funchal ter tomado conhecimento.
Um padre católico que assume a paternidade de uma criança e que continua a exercer as funções de padre?!
Sim, é verdade. E para meu maior espanto, parece que não é caso único. Eu é que estava muito mal informado, pois parece que, só em Portugal, há mais de uma dezena de padres que, depois de assumirem a paternidade de crianças, continuam a celebrar a Eucaristia como se não tivessem cometido nenhum pecado grave e as leis do direito canónico não fossem para cumprir, nomeadamente a lei do celibato.
E se, neste momento, já estão a pensar que eu sou contra a ideia de os padres poderem de casar, desenganem-se, pois eu penso exatamente o contrário. Acho que a lei do celibato não faz qualquer sentido nos tempos que correm e que os padres deveriam ter a opção de se casarem ou não. Eu sou contra é a ideia de alguém poder violar uma lei, seja ela qual for, e ficar impune. E eu até nem sou católico, mas se o direito canónico existe, as suas leis são para serem cumpridas, caso contrário, não fazem sentido. E se são as leis que estão mal, pois então, mudem-se as leis, sem nunca darem a possibilidade de alguém as poder violar sem qualquer penalização.
[Sim, eu sei que há pessoas que dizem que as leis são para serem violadas, mas as pessoas que o dizem não passam de civis que precisam dos criminosos para viverem a sua vida. Que o digam os advogados...]
E é na sequência da anuência do bispo do Funchal a todo este caso que eu me pergunto:
Mas por que raio é que o bispo do Funchal não destituiu o padre Giselo das suas funções e ainda veio a público defendê-lo como se ele não tivesse feito nada de mal à luz do direito canónico? Terá sido porque ele não tem moral suficiente e/ou esconde um crime bem mais grave?!...
Só espero que não tenha que ver com os tiques que o autodenunciam porque, a ser isso, quem não lhe perdoará será o povo!