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Sem Sentido

Um blogue sem sentido... de humor!

06
Mar19

(Não) acho piada ao Carnaval...

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Não acho piada ao Carnaval. Não sou pessoa para assistir a um desfile de Carnaval nem tão-pouco para sair de casa disfarçado. Não é que eu não goste de ver um belo par de nádegas ou de seios a abanar, mas, para isso, basta-me ver os resumos do telejornal, que são sempre bastante seletivos e transmitem apenas os melhores momentos. Para mim, o Carnaval vale pelos sonhos com mel de cana e pela tolerância de ponto. Não obstante, eis o que eu acho: façam o que fizerem, digam o que disserem, o importante é que se divirtam, pois a vida são dois dias e o Carnaval são três!

 

O Carnaval chegou e a loucura também, a loucura das pessoas nos supermercados na hora de comprarem disfarces. São disfarces atrás de disfarces que, às tantas, as pessoas já não sabem se aquilo que veem no espelho é uma máscara ou a sua própria imagem. Eu digo isto, mas não tenho nada contra o facto de as pessoas se disfarçarem. Muito pelo contrário. Até acho piada a algumas coisas. Acho piada, por exemplo, ao facto de, nestes dias, se poder dizer a uma mulher que ela fica bonita disfarçada de bruxa sem ela levar a mal. Às crianças também:

 

– Meu Deus, como estás tão bonito disfarçado de Frankenstein...

 

Eu não sou pessoa para me disfarçar, mas já me disfarcei. Duas vezes, que eu me lembre, ambas já em adulto. Na minha infância, acho que nunca me disfarcei. Quando muito, devo ter chegado a casa com uma máscara de cartolina feita numa aula de artes visuais. Em adulto, disfarcei-me duas vezes, ambas para fazer a vontade à minha esposa, que muito gosta do Carnaval e de se disfarçar. Sim, bastaram duas vezes para eu decidir que nunca mais me disfarçaria. Da primeira vez, até teve alguma piada, mas da segunda vez, não teve piada nenhuma. Não tanto pelo disfarce, mas pelas figuras.

 

Decorria o ano de 2014, a poucos meses de eu me casar, quando eu me deixei levar pelo entusiasmo da minha querida esposa – então namorada – e cometi o infortúnio de sair de casa disfarçado de boneco. Sim, de boneco: calças a três quartos, suspensórios, cabeleira loira e pontinhos vermelhos em cada uma das faces, parecia o Tonecas.

 

– Vá lá, não sejas desmancha-prazeres. É só para ir à casa da tua mãe fazer uma surpresa.

 

Era, mas não foi. Eu não sei o que foi que bebemos e/ou fumamos na casa da senhora minha mãe, mas a verdade é que, ao sairmos de lá, não fomos para a casa da minha cunhada, conforme combinado. Fomos “desfilar” para uma das principais avenidas do Funchal, para lá e para cá, feitos parvos: eu e a minha namorada disfarçados de bonecos; os meus sogros, os meus cunhados e o meu sobrinho disfarçados de palhaços. Às tantas, o palhaço era eu.

 

[E depois disto, ainda me casei com ela...]

 

Ainda assim, pior do que sair durante o dia disfarçado, rodeado de pessoas disfarçadas, só mesmo sair à noite com pessoas disfarçadas sem se estar disfarçado. Aparece um fotógrafo e... lá estamos nós, no centro de uma fotografia, publicada numa qualquer página de Facebook, com pessoas disfarçadas de hippies e  nós “disfarçados” de totós. E é por estas e por outras que eu já não me disfarço nem saio com pessoas disfarçadas. Este ano, ainda fui até ao centro do Funchal na tarde do passado domingo, mas só porque a minha esposa fez questão de disfarçar os nossos filhotes com disfarçes muito engraçados para os outros darem mau-olhado.

 

– Coitado, ainda não parou de vomitar. Será que foi de ter saído ontem?

 

[Para a próximo ano, só saem disfarçados de casa se levarem um ramo de alecrim na orelha.]

 

Enfim, não acho piada ao Carnaval, mas acho piada às pessoas que acham. E é por isso que eu gostaria de destacar e descrever muito resumidamente aquelas que são, no meu entender, as três principais atrações do Carnaval no Funchal: 

 

  • Sexta-feira, «Dia do Travesti» – A noite em que os homens saem disfarçados de mulheres e as mulheres saem disfarçadas de homens. Para as mulheres eu não sei, mas para alguns homens, é a noite mais aguardada do ano. Alguns ficam tão empolgados que devem passar o resto do ano deprimidos.

 

– Eu quero um homem, quero um homem...

 

  • Sábado, dia do «Cortejo de Carnaval» – A noite em que as mulheres madeirenses  se confundem com as brasileiras, umas pelo samba e pelo corpo, outras só mesmo pela forma forma de vestir:

 

– Nossa, que corpaço. Ficou comendo o ano inteiro pra ficar assim?

 

  • Terça-Feira de Carnaval, dia do «Cortejo Trapalhão» – O dia em que as pessoas da serra descem até à cidade, algumas para verem o mar de perto, outras para assistirem ao cortejo, outras ainda para desfilarem com as suas máscaras originais que se confundem com as suas aparências.

 

– A falta de dentes faz parte do disfarce ou é só mesmo falta de cálcio e de higiene?

 

Não acho piada ao Carnaval. Não sou pessoa para assistir a um desfile de Carnaval nem tão-pouco para sair de casa disfarçado. Não é que eu não goste de ver um belo par de nádegas ou de seios a abanar, mas, para isso, basta-me ver os resumos do telejornal, que são sempre bastante seletivos e transmitem apenas os melhores momentos. Para mim, o Carnaval vale pelos sonhos com mel de cana e pela tolerância de ponto. Não obstante, eis o que eu acho: façam o que fizerem, digam o que disserem, o importante é que se divirtam, pois a vida são dois dias e o Carnaval são três!

 

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