E quando a quarentena acabar?
Será que alguém já parou para pensar como será quando esta quarentena acabar? Já alguém parou para pensar como será o primeiro dia de regresso à escola, o primeiro dia de regresso ao trabalho, o primeiro dia de regresso à correria do dia-a-dia? E os divórcios? Sim, os divórcios que vão surgir depois deste longo período de confinamento?
Será que alguém já parou para pensar como será quando esta quarentena acabar? Não, desta vez não me refiro à crise económica nem à miséria que vamos passar. Desta vez refiro-me apenas e só ao simples regresso à rotina, aquela a que estávamos habituados antes desta pandemia, mas que muito dificilmente nos habituaremos quando tudo voltar ao "normal".
Já alguém parou para pensar como será o primeiro dia de regresso à escola, o primeiro dia de regresso ao trabalho, o primeiro dia de regresso à correria do dia-a-dia? Sim, eu sei: o primeiro dia de regresso à escola será um dia de sonho para os pais, mas... e o primeiro dia de regresso ao trabalho e à correria do dia-a-dia? Vai ser um pesadelo... E não digo isto só a pensar nos professores, que vão ter de aturar as criancinhas que estão a ser mimadas pelos pais nesta quarentena. Digo isto a pensar em todos aqueles que estão a passar esta quarentena em casa, sentados no sofá, a acharem que são uns verdadeiros heróis, enquanto a mulher cozinha, limpa, arruma e cuida dos filhos. E até mesmo para quem passa o dia a cozinhar, a limpar, a arrumar e a cuidar dos filhos, o primeiro dia de regresso ao trabalho não será fácil, nem mesmo para quem está em regime de teletrabalho. Voltar a encarar pessoas mal-encaradas no local de trabalho será o primeiro grande desafio para muita gente, a não ser que o uso de máscaras vire moda e toda a gente adira. Se acham que foi difícil convencer as pessoas a ficarem em casa, sentadas no sofá, por causa do novo coronavírus, esperem até tudo isto passar e o Governo anunciar que as pessoas já podem sair de casa e ir trabalhar...
E os divórcios? Sim, os divórcios que vão surgir depois deste longo período de confinamento? Inúmeros... E não sou eu que o digo. São os dados e os especialistas da área. Na China, por exemplo, registou-se um número recorde de pedidos de divórcio em algumas cidades nas semanas que se seguiram ao período de quarentena que foi decretado pelo Governo. Eu sei que pode parecer estranho que o número de divórcios dispare logo depois de as pessoas terem estado fechadas em casa, sem poderem traírem a sua cara-metade, mas a verdade é que muitos dos casais atuais não estão habituados a viver «vinte e quatro sobre sobre horas» nem a olhar sempre para a mesma cara. Quando começam a reparar e a descobrir com quem estão realmente casados, o divórcio passa a ser a única solução. E eu, no meio de tudo isto, só tenho pena de uma coisa: de não ser advogado.
Enfim, quem deverá ficar contente com o fim da quarentena serão os padres, que passaram todo este tempo confinados na igreja sem crianças por perto. Eu bem vi hoje, Domingo de Páscoa, um padre a andar na rua, de porta em porta, a "abençoar" as famílias, mas nenhuma criança saiu à rua para ser "abençoada"... Graças a Deus!