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Sem Sentido

Um blogue sem sentido... de humor!

22
Fev19

Comer sopa dá fome... e engorda!

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Não se trata de uma teoria. É mesmo um facto. E contra factos não há argumentos. Comer sopa não engana a fome nem faz emagrecer. Antes pelo contrário. Comer sopa dá fome e engorda e eu sou a prova disso mesmo: há três semanas que eu ando a comer sopa ao almoço e já aumentei três quilos!

 

Sei que este é um texto que poderá gerar muita indignação junto de alguns profissionais da alimentação, nomeadamente dos nutricionistas, mas a verdade é que é tempo de fazer cair um dos mitos (urbanos) que mais enganam as pessoas que querem perder peso: que comer sopa engana a fome e faz emagrecer.

 

Não se trata de uma teoria. É mesmo um facto. E contra factos não há argumentos. Comer sopa não engana a fome nem faz emagrecer. Antes pelo contrário. Comer sopa dá fome e engorda e eu sou a prova disso mesmo: há três semanas que eu ando a comer sopa ao almoço e já aumentei três quilos! 

 

Mas afinal, porque é que comer sopa não engana a fome nem faz emagrecer?

 

Em primeiro lugar, porque aquilo a que nós chamamos de «sopa» não é sopa. É puré. E puré não engana a fome a ninguém porque já vai tudo tritutado. O estômago precisa de sólidos, bem grandes, para se cansar e fazer-nos sentir saciados. Em segundo lugar, porque, quando se come puré, dá uma fome desgraçada que é impossível não comer mais do que se comeria se não se tivesse comido sopa. Já diz o ditado «o que não mata engorda» e, no caso do puré, é bem verdade. Quando muito, o puré engana a fome dos bebés, nos primeiros meses de vida, quando o estômago deles têm apenas o tamanho de uma cereja, uma noz, uma ameixa. A partir do momento que o estômago de um bebé atinge o tamanho de uma maçã, o puré não só não lhes mata a fome como lhes dá fome quando eles não a têm. 

 

Antes de comer a sopa:

 

– Maria, vamos comer a "sopa"?

 

– Não, na'queio.

 

– Não queres?! Não tens fome?

 

– Não.

 

– Não tens fome, mas vais ter de comer a sopa na mesma.

 

Depois de comer a sopa:

 

– Pronto, já acabou. Vamos dormir?

 

– Massa...

 

– O quê?

 

– Queio massa?

 

– Queres massa?! Então não tinhas fome?!...

 

– Massaaaaaaa...

 

– OK, já dou.

 

Depois de comer a sopa e a massa:

 

– Acabou... Vamos para a cama?

 

– Bo'acha...

 

– Bolacha?! Mas tu já comeste massa... 

 

– Queio bo'acha. Bo'achaaaaaaa...

 

– OK, OK, já te dou uma bolacha... Mas é só uma!

 

Depois de comer a sopa, a massa e a bolacha e de já estar deitada na cama:

 

– 'eite...

 

– O quê?

 

– 'eite...

 

– Queres leite?! Mas tu não tinhas fome antes da sopa e, depois da sopa, ainda não paraste de comer?!...

 

[Só para que conste: Este diálogo é real e muito frequente cá em casa entre mim e a minha filhota de dois anos. Ela come sopa todos os dias.]

 

Se isto acontece com a minha filhota, que tem o estômago pouco maior do que uma maçã, imaginem com um adulto que tem o estômago maior do que uma melão (no meu caso, não se nota). E foi exatamente isto que aconteceu comigo nestas últimas três semanas: depois de comer sopa, uma fome louca e insaciável que quase me fazia falecer no meu local de trabalho, não fosse eu a correr comer um bolo a meio da tarde, só para me aguentar até chegar a casa. É que as mãos não paravam de tremer...

 

[Greve de fome a pão e água?! Isso é um luxo. Eu quero ver é quem é que consegue fazer greve fome a comer sopa...]

 

Mas será que isto acontece com todas as sopas?

 

Não, claro que não. Com a sopa que a minha mãe fazia, quando eu era adolescente, nunca me acontecia. Porquê?! Simples: porque ela não triturava os alimentos. A sopa levava praticamente os mesmos ingredientes que as sopas atualmente levam, só que nenhum dos ingredientes era triturado. Ah, e levava massa e carne de porco. Nessa altura, quando eu comia uma sopa feita pela minha mãe, passava as três horas seguintes sem comer. Atualmente, quando eu como uma sopa que, na verdade, é um puré, passo as três horas seguintes a comer: pão, bolos, bolachas, chocolates, batata frita, amendoim,...  

 

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