Agora a moda é... trocar de vestuário?!
Moda... Moda... Moda... Muito provavelmente, a palavra que mais se ouve hoje em dia e que mais significado tem para todos aqueles que se preocupam em estar «na moda». E não são poucos os que se preocupam. São muitos até. Na verdade, eu até acho que são todos, tirando os animais irracionais, claro.
Mas, afinal, o que é isto da «moda» e/ou de estar «na moda»?
Ora bem, no seu sentido mais amplo, a palavra «moda» significa a tendência de consumo e/ou comportamento das pessoas numa dada época histórica, podendo mesmo ser utilizada como sinónimo de modo, costume ou vontade. No seu sentido mais estrito, «moda» poderá simplesmente significar a(s) maneira(s) de vestir que prevalece(m) numa dada sociedade, numa dada época histórica. Estar «na moda» não é mais do que ser um modelo ou estilo a seguir e/ou gozar de grande popularidade.
Atualmente, «modas» e pessoas que gostam de estar «na moda» é o que mais não faltam. É a moda das selfies, a moda de publicar tudo e mais alguma coisa no Facebook, a moda de ir ao ginásio, a moda de ser vegano, a moda de usar estrangeirismos, a moda de se ser o que não se é,… Enfim, modas e mais modas que, às tantas, dou por mim a pensar se a orientação sexual não é ela também uma moda.
[A minha sorte – e da minha esposa também – é que eu não sou muito de modas.]
Não obstante, não foi para falar de todas estas modas que eu decidi escrever este texto, mas sim tão-somente para falar da moda no seu sentido mais estrito, aquela que tem que ver com a maneira de vestir e que afeta consideravelmente o estado de espírito das pessoas, nomeadamente das mulheres. Digamos que 100 em cada 100 mulheres deixam-se afetar animicamente pela moda do vestuário de uma forma bastante considerável. E elas só têm duas opções: ou estão na moda e são invejadas pelas que não estão ou não estão na moda e são gozadas pelas que estão.
Só para terem a noção do quanto a moda do vestuário pode afetar o estado de espírito das mulheres – e de alguns homens também –, quando elas não têm roupa da moda, ficam logo deprimidas e não querem sair de casa, a não ser para ir às compras.
– Sinto-me feia. Não tenho roupa da moda. Preciso de ir urgentemente às compras.
– Compras?! Mas tu tens ali tanta roupa?
– Roupa?! Chamas àquilo roupa? Aquilo são trapos do século passado.
– Do século passado?! Mas ainda nem sequer fez 3 meses que tu os usavas e dizias que estavam na moda.
– Pois usava, mas como tu próprio acabaste de dizer: já passaram três meses!
E se pensam que este é o pior diálogo que podem estabelecer com uma mulher no que diz respeito à moda, desenganem-se, pois há diálogos e comportamentos bem piores, podendo mesmo alguns deles levarem a grandes tragédias. Sim, porque, para algumas mulheres, mais parece que estar «na moda» chega a ser bem mais importante do que estar vivo, como se não houvesse mais vida para além da moda. Na verdade, o que não há é mais moda para além da vida, mas isso (algumas delas) só o descobrem quando já é tarde demais.
Não obstante, também não foi para falar de falsos moralismos que eu decidi falar sobre moda, até porque, de uma maneira ou de outra, não há ninguém que consiga ficar totalmente imune à moda e eu não sou exceção. Quando muito, alguns conseguem ficar imunes ao bom gosto, mas sobre isso falo já de seguida.
Porque é que eu decidi falar de moda?!
Ora bem, eu decidi falar de moda por dois grandes motivos:
1) Para constatar um facto que me parece por demais evidente, mas que, ainda assim, parece que a maioria das mulheres ainda não percebeu: que já se esgotaram todas as criações possíveis e imaginárias dos estilistas e/ou designers de moda – aqueles que tanto transformam um manequim num autêntico estendal, cheio de roupa, como os colocam a desfilar praticamente nus – e que eles já só se limitam a fazer da moda do passado a moda do presente. E é neste sentido que eu vos aconselho, mulheres, a nunca darem a vossa roupa a ninguém, caso contrário, correm o sério risco de, num futuro próximo, invejarem a roupa da pessoa a quem a deram e serem gozadas pela pessoa que a recebeu. Para quem começa a ficar com falta de espaço em casa: arrendar um apartamento só para guardar roupa e sapatos pode ser uma hipótese rentável.
[Homens, desculpem a sugestão anterior, mas eu também sou homem e sei muito bem o que é partilhar um guarda-roupa com uma mulher. Aliás, partilhar um apartamento com a roupa – com os sapatos e as malas também – de uma mulher. Por isso, pensem comigo: Se conseguirmos fazer com que elas deixem de comprar mais roupa, isso é sempre bom, não é?! Nem que seja só pelo facto de não termos de ir tantas vezes para os centros comerciais.]
2) Para obter uma resposta à pergunta que não me sai da cabeça: Que raio de moda é esta de os homens usarem calças apertadas de cintura baixa com os tornozelos à mostra e de as mulheres usarem calças de ganga largas de cintura alta? É que mais parece que se enganaram na porta do guarda-roupa quando se foram vestir...
– Achas que estas calças justinhas me assentam bem no rabo?
– Sim, claro, mas acho que me assentariam bem melhor. E as minhas, o que achas?
– Exatamente o mesmo.
[Só para que fique claro: Este diálogo é meramente exemplificativo e nada tem de autobiográfico, juro.]
Enfim, só espero que esta moda não se estenda à depilação!